Terra foi “bombardeada” por raios cósmicos há 41 mil anos

A Terra é constantemente atingida por raios cósmicos. No entanto, estas partículas que viajam através do universo são repelidas pelo campo magnético do nosso planeta. Mas o que aconteceria se esta “proteção” falhasse?

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Para responder a esta pergunta, pesquisadores mapearam os momentos em que a Terra foi mais fortemente bombardeada pelos raios cósmicos.

Quando as partículas atingem a atmosfera do nosso planeta, elas criam chuvas de isótopos chamados “radionuclídeos cosmogênicos” que chegam até a superfície da Terra. Ao longo do tempo, elas acumulam-se em sedimentos, especialmente no fundo do mar ou em núcleos de gelo em regiões como a Antártida e a Groenlândia.

Uma das conclusões dos pesquisadores é que há cerca de 41 mil anos houve um acúmulo destas substâncias quase duas vezes maior do que o normal. Isso indica que os raios cósmicos conseguiram superar a barreira natural da Terra neste período.

Entender esses eventos extremos é importante para sua ocorrência no futuro, previsões climáticas espaciais e avaliar os efeitos no meio ambiente e no sistema terrestre.

Sanja Panovska, cientista da GFZ Potsdam, da Alemanha

Campo magnético da Terra impede passagem dos raios cósmicos (Imagem: Mopic/Shutterstock)

Magnetosfera encolheu e “permitiu” passagem das partículas

O resultado do estudo indica que a magnetosfera (denominação dada a uma área em torno de um corpo celeste que sofre influência de um campo magnético e que nos protege de algumas das condições climáticas mais intensas do espaço interplanetário) encolheu durante o período analisado.

Isso causou a redução da sua força de repulsão, permitindo que os raios cósmicos chegassem, de fato, ao nosso planeta.

Os pesquisadores esperam que os dados ajudem a obter mais informações sobre fenômenos do tipo e como melhorar a proteção da Terra.

Ainda são necessários mais pesquisas para entender quais seriam os efeitos dessas partículas na vida no nosso planeta.

As descobertas foram apresentadas na Assembleia Geral 2024 da União Europeia de Geociências (EGU).

As informações são do Space.com.

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